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SÃO PAULO – O ambiente de mais estímulos à economia global foi reforçado nesta quinta-feira (12), após o Banco Central Europeu (BCE) reduzir a taxa de depósito de -0,4% para -0,5% e informar que voltará a comprar ativos em novembro. Com a guinada estimulativa adotada pelos bancos centrais ao redor do mundo, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) se firmaram em queda após o leilão do Tesouro e registraram queima de prêmio em toda a curva.
No encerramento da sessão regular desta quinta-feira (12), às 16h, a taxa do DI para janeiro de 2020 cedeu de 5,30%, no ajuste do dia anterior, para 5,265%; a do DI para janeiro de 2021 recuou de 5,38% para 5,34%; e a do DI para janeiro de 2025 passou de 7,00% para 6,95%.
As medidas adotadas, hoje, pelo BCE são um lembrete de que o processo de recuperação da crise financeira de 2008 está longe de estar completo. Essa é a avaliação do chefe de investimentos pessoais da Willis Owen, Adrian Lowcock. Para ele, o BCE “nunca esteve em posição para elevar as taxas de juros quando as condições eram favoráveis” e tem poucas opções no momento diante da piora das perspectivas. “Mais cortes de juros e compras de ativos trarão benefícios cada vez menores. A ‘japanização’ da Europa está completa”, afirmou Lowcock.
Esse é um cenário observado, também, pelo presidente do BCE, Mario Draghi. Durante a entrevista coletiva , após a reunião da autoridade monetária do bloco europeu, o dirigente disse que, se a política fiscal tivesse um papel maior, a necessidade das medidas adicionais de flexibilização seria menor. “Uma política fiscal mais ativa ajudará a pavimentar o caminho para altas de juros”, disse Draghi.
Na visão dos economistas do dinamarquês Danske Bank, “o ambiente muito nublado e a necessidade de avaliar o impacto das mudanças no mercado monetário” devem fazer com que o BCE não altere sua política no curto prazo. “No entanto, se for necessária uma flexibilização monetária adicional, ela ocorrerá por meio de cortes nos juros, e não de aumento do montante das compras de ativos.”
O BCE ficou no foco dos agentes, mas outros bancos centrais também efetuaram mudanças nos juros nesta quinta. Na Dinamarca, o juro básico foi cortado de -0,65% para -0,75%, a menor taxa do mundo, enquanto a principal taxa da Turquia passou de 19,75% para 16,5% ao ano.
Por aqui, os juros futuros operaram em queda praticamente todo o dia, embora tenham ficado no zero a zero no fim da manhã e início da tarde desta quinta, após leilão tradicional de títulos do Tesouro Nacional. Hoje, houve oferta de 1,5 milhão de títulos a mais em relação à semana passada, com venda integral de LTN (5,5 milhões) e de NTN-F (2 milhões). Na semana passada, por exemplo, o Tesouro vendeu 1,5 milhão de LTN para 2023 à taxa de corte de 6,7150%, enquanto, hoje, foram vendidos 2,5 milhões desses papéis à taxa de 6,6338%.
De acordo com Luis Laudisio, trader da Renascença, “o leilão fez um pouco de preço e ajudou a levar as taxas para o zero a zero” no início da tarde. Para ele, “dado o nível e o cenário político ainda bastante conturbado, vemos alguns players aproveitando o momento e reduzindo parte das posições”, diz Laudisio.
Na quarta (11), o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, foi demitido diante da polêmica gerada em torno da criação de um imposto nos moldes da CPMF. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que não pretende esperar a proposta do governo para tocar em frente a reforma tributária. Quanto à questão previdenciária, Alcolumbre confirmou a votação do texto principal em primeiro turno no dia 24 de setembro, enquanto o prazo para a conclusão da tramitação da reforma no Senado foi mantido em 10 de outubro.
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