Em uma vídeoconferência com grandes empresários neste sábado (28), o ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou que rejeita a ideia levantada na Câmara nesta semana para obrigar companhias com patrimônio líquido acima de R$ 1 bilhão a emprestar dinheiro ao governo para ajudar no combate ao coronavírus.
Guedes rejeitou a ideia, justificando que o governo está injetando liquidez na economia, portanto, agora não é hora de aumentar impostos. A medida também dificultaria a retomada dos investimentos para escapar da recessão, segundo a explicação do ministro, que adiciona que o país só deve falar em impostos na reforma tributária.
Pelo projeto de lei completar que tramita na Câmara, do deputado Wellington Roberto (PL-PB), seria estabelecido um empréstimo compulsório que autorizaria o governo a cobrar até 10% do lucro líquido do ano anterior para as empresas com patrimônio líquido igual ou acima de R$ 1 bilhão. E os recursos seriam destinados às despesas urgentes da calamidade pública. Há também outro projeto, apresentado pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), que obrigaria os contribuintes com patrimônio acima de R$ 1 bilhão a fazer empréstimo ao governo para ajudar na crise do coronavírus.
A reunião deste sábado com Guedes foi promovida pela Fiesp e teve a participação de nomes como Flávio Rocha (Riachuelo), Carlos Sanchez (EMS), Christian Gebara (Vivo), David Feffer (Suzano), Constantino Junior (Gol), Fernando Galletti (Minerva), João Ometto (São Martinho), Lorival Luz (BRF), Victorio de Marchi (Ambev), Edgard Corona (Bio Ritmo) e Luiz Carlos Trabuco (Bradesco). O encontro começou em torno das 11h deste sábado, e a presença do ministro não estava prevista, mas ele entrou na conferência já em andamento por volta de 12h.
Durante a conversa, Paulo Skaf, presidente da Fiesp, expressou preocupação com o acesso das empresas ao crédito e com a agilidade da liberação das linhas de crédito.
Skaf falou também do anúncio feito pelo governo nesta sexta (27) de uma linha para pequenas e médias empresas financiarem a folha de salários, o que, segundo presidente da Fiesp, precisaria ter sido mais amplo. O programa vai ser destinado exclusivamente para pequenas e médias empresas, que faturam entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por ano. A ideia seria ampliar essa faixa para baixo e para cima.