Coronavírus é cenário de risco para a economia brasileira, diz Itaú | Economia

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O avanço do coronavírus é um cenário de risco para a economia brasileira, avalia o banco Itaú. A principal ameaça é o vírus afetar ainda mais o ritmo da atividade econômica mundial e, consequentemente, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O coronavírus tem provocado uma série de estragos na economia global. Na China, por exemplo, há impactos no tráfego de passageiros nos aeroportos, na atividade portuária e no consumo de carvão para a geração de energia elétrica. No Brasil, já há desabastecimento em várias cadeias produtivas da indústria e o real tem se desvalorizado, com o aumento da percepção de piora do risco global.

Diante do impacto do vírus, o banco reduziu a previsão de crescimento para o mundo neste ano, de 3,2% para 3,1%. O PIB chinês também foi revisto de 6% para 5,8%.

Por ora, o banco manteve a projeção de crescimento do Brasil em 2,2%. “Se o coronavírus resultar numa desaceleração da economia global, vai ter um efeito na economia brasileira”, disse o economista-chefe do banco Itaú, Mario Mesquita, nesta quarta-feira (19). A estimativa é próxima da mantida por analistas do mercado, que esperam um crescimento de 2,23% no PIB do país este ano.

Boletim Focus: projeção de crescimento do PIB em 2020 cai para 2,23%

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Nas contas do Itaú, uma redução de 1 ponto percentual do PIB global teria o mesmo impacto na taxa de crescimento do Brasil.

Hoje, segundo o banco, a economia mundial tem pouca capacidade de resposta a qualquer tipo de impacto econômico, como o provocado pelo coronavírus, diante do quadro de juros baixos nas principais economias. Normalmente, em momentos de desaceleração da atividade, bancos centrais costumam reduzir os juros como forma de estimular a economia.

Para o primeiro trimestre deste ano, o banco projeta crescimento de 0,3% para a economia brasileira.

Se essa previsão for confirmada, vai representar uma desaceleração em relação aos últimos três meses do ano passado, quando o PIB deve ter crescido 0,5% – o dado oficial será divulgado em 4 de março. Em 2019, o avanço da economia foi projetado em 1,2%.

A desaceleração na margem é explicada pelo fim do impacto da liberação do FGTS no consumo. Segundo o banco, os recursos do fundo utilizados para o consumo somaram R$ 9 bilhões no quarto trimestre do ano passado.

“No primeiro trimestre, o consumo perde força com o fim da liberação do FGTS, mas deve voltar a crescer no segundo trimestre impulsionado pelo crédito ao consumidor e pela massa salarial”, diz Luka Barbosa, economista do Itaú.

Ao longo de 2020, o Itaú estima que o PIB brasileiro precisa avançar 0,7%, na média, em todos os trimestres para chegar aos 2,2% projetados.

O Itaú projeta que a cotação do dólar deve encerrar o ano em R$ 4,15. Mesmo com o real mais desvalorizado neste início de 2020, a avaliação é que a moeda brasileira deve ter algum movimento de apreciação conforme o crescimento melhore e mais investimentos estrangeiros entrem na economia brasileira.

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