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A pandemia de coronavírus terá um efeito nefasto para a economia brasileira. De acordo com relatório do Bank of America (BofA), o produto interno bruto (PIB) do país deve recuar 0,5% em 2020. Antes do agravamento da crise em todo o mundo, o banco previa que a atividade econômica cresceria 1,5%. A projeção para o ano que vem, no entanto, permanece no campo positivo. A expectativa é de crescimento de 2,5%.
“O crescimento negativo do PIB é reflexo de um menor consumo privado e cortes em investimentos. Ainda não está claro quando as coisas começarão a se normalizar. Neste ponto, vemos riscos de que voltemos revisar para baixo nossas projeções para Brasil”, escreve a equipe de análise da América Latina em relatório enviado hoje a clientes.
Projeções para a América Latina
2019 | 2020 (antes) | 2020 (revisado) | 2021 | |
América Latina | 0,5 | 0,8 | -1,6 | 2,6 |
Argentina | -2,2 | -1,7 | -3 | 2,5 |
Brasil | 1,1 | 1,5 | -0,5 | 2,5 |
Chile | 1,1 | 0,8 | -0,7 | 2 |
Colômbia | 3,3 | 2,7 | 1,6 | 3,2 |
Costa Rica | 2 | 1,5 | 0,8 | 2 |
Rep, Dominicana | 5,1 | 4,1 | 3 | 5 |
Equador | -0,5 | -1 | -2 | 1 |
El Salvador | 2,3 | 1,7 | 0,9 | 1,5 |
México | -0,1 | -0,1 | -4,5 | 2,5 |
Panamá | 3,5 | 2,5 | 1,5 | 3,8 |
Peru | 2,2 | 2 | 0,5 | 3,1 |
Uruguai | 0,5 | 1,2 | 0 | 2,5 |
Venezuela | -30 | -17 | -20 | -5 |
Fonte: BofA Global Research
Com esse cenário, o BofA prevê que o Banco Central reduzirá os juros do país para 3,5% ao ano – hoje está em 3,75% ao ano. “Também esperamos continuidade nas intervenções no mercado de câmbio, dada a alta volatilidade e a baixa liquidez que prevalece. Somente este mês, o BC vendeu 6,9 bilhões de dólares no mercado local, 7,2 bilhões de dólares em swaps e 2 bilhões de dólares uma linha vinculada à recompra”, acrescenta.
A América Latina, assim como o Brasil, depende muito da economia da China e dos preços das commodities, mas, à medida que os governos começam a implementar medidas preventivas para conter a propagação do vírus, os efeitos tendem a ser de uma paralisação parcial na região. Por isso, a previsão para a América Latina é de uma queda de 1,6% na atividade econômica.
“Embora esperemos intervenção no mercado de câmbio, não vemos os bancos centrais da região aumentarem as taxas de juros para estabilizar suas moedas, como costumava ser a regra no passado. A falta de pressões inflacionárias e as taxas de juros globais super baixas permitem que as metas de inflação diminuam e deixem a moeda amortecer o choque”, afirmam
Projeções para regiões no mundo
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